domingo, 21 dezembro, 2025

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Brasil lidera recuperação do VC global com 380

Mercado de capital de risco volta com força enquanto Brasil expande presença internacional

O mercado global de capital de risco vive um momento de retomada decisivo. No terceiro trimestre de 2025, investimentos em venture capital atingiram aproximadamente US$ 97 bilhões, representando um aumento de 38% em relação ao ano anterior — o melhor desempenho trimestral desde 2021[1]. Após o «inverno» de 2022-2023, o financiamento de startups cresce há quatro trimestres consecutivos, sinalizando a recuperação de confiança dos investidores globais.

Neste contexto de expansão, o Brasil assume papel protagonista. Uma delegação recorde de 380 startups brasileiras desembarcou em Portugal para o Web Summit Lisboa 2025, que ocorre de 10 a 13 de novembro[3]. Trata-se da maior delegação do país na história do evento — superando a participação de 2024, quando o Brasil já havia sido a segunda maior delegação, atrás apenas da Alemanha[5].

Números que falam por si

O Brasil hoje abriga mais de 20 mil startups e continua expandindo[2][4]. O Nordeste, região em ascensão no ecossistema nacional, concentra 24,7% dessas empresas, sendo a segunda maior concentração do país, atrás do Sudeste com 35,8%[2]. Entre as 380 startups brasileiras em Lisboa, 35 são originarias do Nordeste[2].

A participação brasileira no Web Summit de 2024 gerou mais de 15 milhões de euros em negócios[5]. Este ano, as expectativas são ainda maiores. O seminário de Internacionalização Brasil-Portugal, realizado no primeiro dia do evento, funcionou como termômetro do ecossistema e hub para captação de recursos, traçando rotas para expansão europeia.

IA e ESG como diferenciais competitivos

Vinícius Lages, gerente da Assessoria Internacional do Sebrae, destacou durante o seminário que o potencial de investimentos em startups de inteligência artificial é de US$ 380 bilhões, podendo alcançar US$ 500 bilhões em 2026[3]. Essa pressão por capital exige que as startups brasileiras se diferenciem através de qualidade, governança e impacto ambiental e social.

A estratégia é clara: incorporar metas ESG (ambiental, social e governança) não como obrigação, mas como vantagem competitiva. Iniciativas como o EmbraturLAB, que coordena programas como o Pré-AceleraTur em parceria com o Sebrae e a UFRJ, exemplificam esse movimento[4]. O programa «Destino Futuro» conecta startups para desenvolver soluções em turismo usando inteligência artificial e Big Data[4].

O contexto global

A recuperação do VC não é exclusivamente americana. Embora dois terços dos investimentos do último trimestre tenham sido direcionados aos Estados Unidos, atividade significativa é observada na Europa, Ásia, Oriente Médio e América Latina[1]. Megarrondas em inteligência artificial lideraram o crescimento, mas investimentos aumentaram em todas as fases — desde seed até rodadas mais avançadas[1].

O Web Summit 2025 espera receber mais de 70 mil pessoas, incluindo 2.500 startups expositoras, 1.000 investidores e 900 oradores[5]. Portugal, através do programa Road 2 Web Summit, apoiará 115 startups locais, elevando para mais de mil o número de empresas beneficiadas desde 2016[5].

O que muda para o Brasil

A presença massiva brasileira em Lisboa não é apenas simbólica. Representa a consolidação do Brasil como referência em inovação na América Latina, com soluções tecnológicas escaláveis em diversos setores. A estratégia de internacionalização coordenada por ApexBrasil e Sebrae demonstra maturidade institucional na promoção do ecossistema.

Governos globais aumentam investimentos em inovação para não ficarem para trás na corrida tecnológica[1]. O Brasil, com sua delegação recorde e foco em ESG, posiciona-se não apenas como participante, mas como modelo alternativo de desenvolvimento tecnológico — menos concentrado, mais descentralizado regionalmente, e atento a impacto social.

Nos próximos dias, em Lisboa, serão fechados acordos, estabelecidas parcerias e traçadas rotas para os próximos anos do ecossistema brasileiro. Os números sugerem que 2025 marca o ponto de inflexão: o Brasil não apenas recupera, mas expande sua presença no mapa global de inovação.

Photo by Mika Baumeister on Unsplash

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