Podcast sobre a materia – ouca no Spotify
Mercado financeiro reage a negociações comerciais entre Brasil e EUA
O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, fechou em leve queda de 0,07%, aos 157.633 pontos, enquanto o dólar comercial subiu 0,10%, cotado a R$ 5,2975, na última quinta-feira (13). O movimento reflete a atenção dos investidores às negociações tarifárias entre Brasil e Estados Unidos, além de indicadores econômicos domésticos e internacionais.
Contexto das negociações bilaterais
O chanceler brasileiro Mauro Vieira se reuniu com o secretário de Estado americano Marco Rubio em Niagara Falls, durante a reunião do G7, para discutir o avanço das tratativas sobre tarifas comerciais impostas pelos EUA ao Brasil. O governo brasileiro enviou uma proposta formal no início de novembro, buscando reverter tarifas que chegam a 40%, impostas durante a gestão Trump. A expectativa é que essas negociações possam aliviar o impacto sobre as exportações brasileiras.
Indicadores econômicos e desempenho do mercado
Internamente, a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada pelo IBGE mostrou um desempenho misto do varejo em setembro, com crescimento em alguns estados e queda em outros, influenciando as expectativas sobre a economia e a política monetária. No exterior, o fim da paralisação do governo americano e o cenário político global também influenciam o mercado.
No acumulado de 2025, o Ibovespa apresenta alta expressiva de 29,08%, a maior desde 2019, impulsionada por setores como petroleiras, mineradoras e bancos. Em outubro, a bolsa subiu 3,82%, e o dólar comercial recuou 0,55%, fechando em R$ 5,307, refletindo um ambiente de maior otimismo.
Impactos para empresas e investidores
O governo brasileiro ampliou o acesso ao Plano Brasil Soberano, que oferece apoio financeiro a empresas afetadas pelas tarifas americanas, reduzindo a exigência de impacto mínimo nas exportações de 5% para 1%. Essa medida visa mitigar os efeitos negativos das tarifas e fortalecer a competitividade das empresas brasileiras no mercado internacional.
Além disso, resultados corporativos recentes mostram cenários distintos: enquanto a Casas Bahia reportou crescimento de receita e melhora operacional no terceiro trimestre de 2025, o Banco do Brasil apresentou resultados abaixo do esperado, pressionado por provisões e deterioração da qualidade do crédito, especialmente no segmento rural.
Perspectivas
O mercado financeiro permanece atento à ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e à inflação oficial de outubro, que podem indicar o momento para cortes na taxa Selic, estimulando investimentos na bolsa. As negociações comerciais com os EUA também são vistas como fator-chave para o desempenho econômico e das exportações brasileiras nos próximos meses.
Photo by Vadim Shevyrin on Unsplash






