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Principal índice da bolsa brasileira ultrapassa 158 mil pontos com otimismo sobre corte de juros
O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira (11 de novembro), aos 157.748,60 pontos, marcando a 15ª alta consecutiva — a maior sequência desde 1994. Durante o pregão, o índice ultrapassou pela primeira vez a marca histórica de 158 mil pontos, atingindo 158.467,21 pontos no melhor momento do dia.
O ganho de 1,60% reflete o otimismo dos investidores com a possibilidade de redução de juros no Brasil. A expectativa é alimentada pela desaceleração da inflação de outubro, que chegou a 0,09% — o menor patamar mensal desde 1998.
Inflação desacelera e abre caminho para corte de juros
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses até outubro ficou em 4,68%, ainda acima do teto da meta de inflação de 4,5%. Apesar disso, o Banco Central reforçou em sua ata que os dados indicam uma dinâmica mais benigna do que o esperado.
O comitê do BC manteve a taxa Selic em 15% e sinalizou intenção de preservar esse patamar por um período prolongado para garantir o cumprimento da meta de 3%. Contudo, removeu da ata de novembro o trecho anterior que apontava núcleos de inflação acima do compatível com a meta — um sinal de maior confiança no processo de desinflação.
Dólar recua e atrai fluxo de capital
A moeda americana fechou abaixo de R$ 5,30, refletindo o apetite renovado por ativos brasileiros. O diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos — onde a taxa foi reduzida — está atraindo investidores norte-americanos para aplicações em renda variável local.
Gestores de recursos destacam que essa combinação de juros altos no Brasil com cortes nos EUA torna as ações brasileiras mais competitivas no mercado internacional, explicando parte do fluxo positivo observado nas últimas semanas.
Contexto de cautela do BC
Apesar dos recordes, o Banco Central mantém tom de cautela. A instituição reconhece que o mercado de trabalho forte — com recorde histórico de emprego — pressiona principalmente os preços de serviços, tornando o equilíbrio entre crescimento e inflação delicado.
O governo projetou desaceleração maior do PIB para 2025, reduzindo a estimativa de 2,3% para patamares menores, enquanto o mercado financeiro estima inflação de 4,55% para o fim do ano — ainda acima do teto permitido.
Photo by Danylo Harmatiy on Unsplash






