Brasil reforça liderança em inovação em eventos globais

Presença estratégica brasileira marca semana de inovação internacional

O Brasil consolidou sua posição como polo de inovação tecnológica na semana de 10 a 12 de novembro, com participações marcantes em eventos internacionais e nacionais. Mais de 300 startups brasileiras estiveram presentes no Web Summit 2025, em Lisboa, enquanto o país lançava iniciativas digitais na COP30 e reforçava sua liderança em tecnologia agrícola e seguros.

Web Summit: do entusiasmo à consolidação internacional

A delegação brasileira no Web Summit 2025 marcou uma mudança de postura. Segundo especialistas, o Brasil deixou de ser apenas observador para chegar com presença estruturada, objetivos claros e foco em expansão real. A ApexBrasil coordenou uma delegação de 250 startups, enquanto a Atlantic Hub trouxe mais participantes desde a primeira edição do evento.

O amadurecimento do ecossistema brasileiro reflete-se em números concretos. Empresas como a Ultracom, especializada em outsourcing de tecnologia, já consolidou operações em Portugal. O Instituto Priority, clínica carioca voltada a crianças com necessidades especiais, abriu operação piloto no país europeu. Essas iniciativas demonstram que a internacionalização deixou de ser aspiração e virou realidade.

As startups brasileiras movimentaram quase R$ 94 milhões em negócios no Web Summit nos últimos anos. Hoje, o Brasil se posiciona entre os cinco maiores ecossistemas de inovação representados no evento, ao lado de Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos.

Turismo e sustentabilidade em foco

A Embratur levou oito startups de turismo ao Web Summit, selecionadas pelos programas de inovação “Destino Futuro” e “Pré-AceleraTur”. As empresas Bebook, Dexcap (Ribus), Compensei Sustentabilidade e Bio Fábrica de Corais apresentaram soluções com foco em sustentabilidade, dados e novas experiências turísticas.

Mais de 50% das startups selecionadas são lideradas por mulheres, e todas as regiões brasileiras estão representadas, com destaque para Norte e Nordeste. Segundo Décio Lima, presidente do Sebrae, a criatividade brasileira é única e o setor turístico está em transformação digital acelerada.

CAR como bem público digital marca COP30

Na COP30, o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) lançou o Cadastro Ambiental Rural (CAR) como primeiro Bem Público Digital do Brasil. A iniciativa integra o Plano de Aceleração de Soluções (PAS) em Infraestruturas Públicas Digitais, liderado pelo Brasil em parceria com Noruega, Índia, Co-Develop e DPGA.

O plano propõe compartilhamento de tecnologias públicas entre países em formato aberto, fomentando um ecossistema internacional de inovação colaborativa. A ministra Esther Dweck destacou que tecnologias bem planejadas reduzem custos, aumentam eficiência e melhoram a vida das pessoas, unindo inovação, sustentabilidade e justiça social.

Tecnologia agrícola e inteligência artificial

O Brasil também reforçou presença na Agritechnica 2025, maior feira de tecnologia agrícola da Europa. Nove empresas brasileiras apresentaram soluções inovadoras, incluindo a SaveFarm®, que utiliza algoritmos avançados de inteligência artificial para identificar plantas daninhas com precisão.

A solução revoluciona o manejo de culturas através de pulverização seletiva, reduzindo o uso de herbicidas em até 95%. O sistema já faz parte da rotina de mais de 200 fazendas no Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina, com planos de expansão por toda a América Latina.

Seguros e experiência do cliente

No CQCS Inovação 2025, realizado em São Paulo nos dias 11 e 12 de novembro, empresas como Europ Assistance Brasil reforçaram o compromisso com transformação digital. O investimento constante em tecnologia busca garantir experiência ágil, eficiente e personalizada aos clientes, antecipando necessidades e oferecendo soluções sob medida.

O que muda

A semana de eventos reafirma o Brasil como protagonista da inovação global. Não se trata apenas de presença em feiras internacionais, mas de empresas brasileiras gerando impacto real, movimentando recursos significativos e liderando iniciativas que transformam setores inteiros. A mudança de mindset do empreendedor brasileiro—de observador para agente de transformação—marca um novo ciclo de desenvolvimento tecnológico e econômico.

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