Podcast sobre a materia – ouca no Spotify
Mercado financeiro em alta enquanto governo negocia tarifas
O Brasil vive um momento de euforia nos mercados financeiros nesta quinta-feira (13 de novembro). O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou a sessão em queda marginal de 0,07%, aos 157.633 pontos, após uma sequência impressionante de altas. A bolsa acumula 29,08% de valorização em 2025, a maior alta anual desde 2019, quando registrou 31,58% de ganho.
O dólar comercial fechou em R$ 5,2975, com alta de apenas 0,10%, mantendo a tendência de enfraquecimento da moeda americana. Em novembro, a divisa já acumula queda de 1,36%, e no ano inteiro recua 14,12%. Esse cenário reflete a confiança dos investidores no cenário econômico brasileiro, apesar das incertezas internacionais.
Negociações diplomáticas ganham destaque
Enquanto os mercados operam em alta, o chanceler brasileiro Mauro Vieira se reúne com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em Niagara Falls, à margem da reunião do G7. O encontro marca um momento crucial nas negociações sobre tarifas que Trump pretende impor ao Brasil.
O governo americano confirmou a reunião após semanas de tensão comercial. A proposta brasileira foi encaminhada em 4 de novembro, buscando evitar o impacto das tarifas que ameaçam exportadores brasileiros, especialmente do setor de café. Hassett, assessor econômico de Trump, sinalizou que as tarifas visam impedir a exportação indireta aos EUA via terceiros países.
Plano Brasil Soberano é ampliado
Em resposta à ameaça tarifária, o governo federal ampliou o acesso ao Plano Brasil Soberano, programa de apoio a empresas afetadas pelas tarifas americanas. A nova portaria reduz de 5% para 1% o impacto mínimo nas exportações exigido para solicitar financiamento. A medida democratiza o acesso ao programa e oferece suporte a mais empresas em dificuldade.
Comércio brasileiro mostra sinais mistos
A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada nesta quinta-feira revelou desempenho inconsistente do varejo em setembro. O conceito restrito cresceu 0,3% ao mês, enquanto o ampliado avançou apenas 0,1%. Regionalmente, 15 das 27 unidades federativas registraram queda, com destaque para Maranhão (-2,2%) e Roraima (-2,0%).
Tocantins liderou as altas com 3,2%, seguido por Amapá (2,9%). No varejo ampliado, Tocantins disparou com 11,4% de crescimento, enquanto Paraná (-1,8%) e São Paulo (-1,6%) ficaram entre as maiores quedas. Artigos farmacêuticos e de perfumaria subiram 1,3%, sinalizando resilência em segmentos específicos.
O que muda para investidores e empresas
A sequência de altas na bolsa reflete expectativas de corte de juros. Investidores aguardam a ata do Copom divulgada nesta terça-feira (11) e dados de inflação oficial em outubro. Caso a inflação venha mais baixa que o previsto, o Banco Central pode começar a cortar a Selic em janeiro, em vez de março de 2026.
Para o setor empresarial, a ampliação do Plano Brasil Soberano oferece respiro imediato, mas as negociações com os EUA permanecem críticas. O setor de café, em particular, enfrenta forte queda nas vendas aos EUA e teme que consumidores americanos se adaptem à falta do produto brasileiro, comprometendo recuperação futura.
Photo by Sean Pollock on Unsplash





