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Concentração de infraestrutura digital ameaça estabilidade da internet brasileira
A explosão de investimentos em inteligência artificial está multiplicando a demanda por data centers no Brasil, mas a concentração geográfica dessa infraestrutura crítica expõe o país a um risco crescente: um possível apagão cibernético sem plano B.
Segundo análise divulgada esta semana, os investimentos globais em hardware para data centers saltaram de US$ 30 bilhões em 2016 para uma projeção de US$ 530 bilhões em 2026. No Brasil, essa tendência se intensifica com a adoção acelerada de ferramentas de IA, mas sem a devida distribuição geográfica das instalações.
O problema da falta de redundância
A questão central é simples: quando tudo está concentrado em um único local, qualquer falha técnica, ataque cibernético ou até mesmo uma tragédia natural pode derrubar toda a infraestrutura. Diferentemente de sistemas de estradas ou linhas de transmissão de energia, que possuem rotas alternativas, os data centers brasileiros carecem de redundância adequada.
Especialistas alertam que a IA multiplicou dramaticamente essa necessidade de capacidade computacional. Aplicações como Spotify, YouTube e serviços em nuvem dependem dessa infraestrutura para funcionar. Sem planos de contingência, uma interrupção brusca afetaria milhões de usuários simultaneamente.
Contexto regulatório em evolução
Enquanto a infraestrutura digital enfrenta desafios estruturais, o Brasil também avança em regulamentações. O país elevará em 2026 as idades recomendadas para uso de redes sociais e inteligência artificial, com aplicativos de mensagem para 12 anos, redes sociais para 16 anos e chatbots de IA para 14 anos. A medida, parte do ECA Digital, transfere responsabilidade a plataformas e lojas de aplicativos na verificação de idade.
Inovação como resposta
Paralelamente, o Brasil reforça sua posição em tecnologia agrícola. Nove empresas brasileiras participam da Agritechnica 2025, maior feira de tecnologia agrícola da Europa, apresentando soluções como a plataforma SaveFarm®, que usa IA para pulverização seletiva e reduz o uso de herbicidas em até 95%.
O governo também investe em ciência e tecnologia para sustentabilidade. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação anunciou R$ 200 milhões em investimentos e reforça que inovação e tecnologia devem estar a serviço do meio ambiente e da descarbonização.
Photo by Taylor Vick on Unsplash
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