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Escalada de ataques russos força Europa a repensar estratégia de segurança
A intensificação dos ataques russos contra a Ucrânia nas últimas 72 horas marca um ponto de inflexão que vai moldar as prioridades geopolíticas europeias até 2026. No sábado, 15 de novembro, Moscou lançou cerca de 430 drones e 18 mísseis contra Kiev, incluindo projéteis balísticos e aerobalísticos, resultando em pelo menos seis mortos e mais de 30 feridos.
Os números da escalada
O ataque foi descrito pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky como deliberadamente calculado para causar máximo dano a pessoas e infraestruturas civis. Os impactos foram diretos: incêndios em edifícios residenciais em vários distritos da capital, entre as vítimas duas crianças e uma mulher grávida.
Dois dias depois, no domingo 16 de novembro, a Rússia reiterou a ofensiva com três mísseis balísticos e 135 drones. Desta vez, as defesas ucranianas conseguiram interceptar dois mísseis balísticos e 91 drones, mas sete pessoas morreram em Kiev e pelo menos 36 ficaram feridas.
O contexto estratégico que importa
Estes ataques não ocorrem isoladamente. Simultaneamente, as forças russas avançam no sul da Ucrânia, com as tropas ucranianas a retirarem-se de várias aldeias em Zaporizia sob combates intensos. A estratégia é clara: pressão militar contínua combinada com ataques de desgaste à infraestrutura civil.
Por que isso muda 2026
Para a Europa, a mensagem é inequívoca: a segurança coletiva deixa de ser teórica. Os países da NATO—particularmente os fronteiriços à Rússia—enfrentarão pressão crescente para aumentar investimentos em defesa, sistemas anti-mísseis e redundância de infraestruturas críticas. A tendência de disrupção aqui é clara: o modelo europeu pós-Guerra Fria, baseado em integração comercial e segurança delegada, está sendo substituído por um paradigma de preparação militar permanente.
Fabricantes de defesa europeus, sistemas de inteligência artificial para detecção de ameaças e investimentos em tecnologia crítica ganharão prioridade orçamentária. Empresas de infraestrutura resiliente também emergem como setor-chave. Isto é disrupção: não apenas tecnológica, mas de alocação de recursos e prioridades estratégicas continentais.
Photo by Aleksandar Velickovic on Unsplash






